quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
Euclides da Cunha
Explicando uma fotografia
Euclides da Cunha
Se acaso uma alma se fotografasse
De sorte que, nos mesmos negativos,
A mesma luz pusesse em traços vivos
O nosso coração e a nossa face;
E os nossos ideais, e os mais cativos
De nossos sonhos... Se a emoção que nasce
Em nós, também nas chapas se gravasse,
Mesmo em ligeiros traços fugitivos:
Amigo, tu terias com certeza
A mais completa e insólita surpresa
Notando - deste grupo bem no meio -
Que o mais belo, o mais forte, o mais ardente,
Destes sujeitos é precisamente
O mais triste, o mais pálido, o mais feio.
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